domingo, julho 11, 2021

Beijo-te com os lábios de ternura

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Beijo-te com os lábios de ternura
Fecho os olhos
Imagino-te minha, e tu és minha
Sinto a tua pele aveludada
Tão cheirosa
Beijo-te... o sorriso de candura
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Quero sussurrar-te ao ouvido
Arrancar-te a gargalhada
Sentir as tuas pernas agitadas
Deliciar-me na doçura
Dos teu olhos sorridentes
Enquanto cresces, eu me divido
*
Seguro-te, num acrescido carinho
E sinto-me revigorada
Como quem passa as nuvens
Esqueço o ontem, vivo o hoje
Cresce em mim uma energia
Que me faz, seguir, outro caminho...

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Cidália Ferreira

Nem todas as palavras são de amor

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Nem todas as palavras são de amor
Nem todos os beijos são sentidos
Nem todas as relações são saudáveis
Quantas palavras têm outros objetivos
Tantas vezes vãs, e sem o fulgor
Acabam magoando corações amáveis
*
Nem todas as palavras são de amor
Mas sim obsessão, por ciúme
Quantas vezes se engana o coração
Sem amor na intimidade, mas queixume
São como pétalas mortas duma flor
Que acabam caindo sem qualquer solução
*
Quantas vezes, as palavras ocas, matam
Ferem a alma de quem ama
São a arma de arremesso de forma errada
Que causam danos, morre a chama
São as situações que já não incitam
Sendo as palavras mais fortes que a bofetada
*
Quantas palavras vis geram atitudes
Fazem derramar lágrimas de desespero
Mas ficam retidas dentro do peito
Mais tarde, os remorsos do exagero
O perdão, o elogio das virtudes
Porque final, o que faltava, era o respeito

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Cidália Ferreira